Histórico
A Nação do Maracatu Aurora Africana foi fundada em 08 de agosto de 2001 em Jaboatão dos Guararapes – PE por membros da cia de dança “Form & Art Balé de Cultura Popular do Jaboatão”. Depois da experiência de criar uma agremiação de frevo e competir em concursos carnavalescos, os bailarinos decidiram criar um maracatu-nação, já que todos adoravam o ritmo e dança dessa deslumbrante manifestação cultural afro-brasileira. Além disso, antes do Aurora Africana, não existia nenhuma maracatu-nação com fundamentos religiosos com registro oficial em Jaboatão dos Guararapes.
Apesar de sua fundação ser em 2001, a Nação Aurora Africana só começou a desfilar no carnaval oficialmente em 2003. Antes disso eles passaram quase dois anos arrecadando recursos para comprar os materiais para confeccionar fantasias, adereços e instrumentos musicais. Tais recursos foram obtidos graças às parcerias com instituições como a Secretaria de Cultura de Jaboatão dos Guararapes, que apoiou o maracatu em troca de apresentações do Form & Art. Naquele ano o grupo não tinha sede, então os instrumentos e fantasias eram guardados na Escola Estadual Rodolfo Aureliano local em que eram realizados ensaios do Form & Art e inicio da Nação.
Em seu primeiro desfile oficial, a Nação do Maracatu Aurora Africana enfrentou uma tempestade, o que foi interpretado pelos seus membros como uma benção de Iansã, que também é o orixá protetor do grupo. Em 2004 o maracatu desfilou no Concurso das Agremiações Carnavalescas organizado pela Prefeitura da Cidade do Recife na categoria de aspirante; naquele ano eles contaram com a regência de André Lopes, músico da banda Cascabulho. O músico e seu irmão Marcos Lopes ensinaram tudo o que sabiam sobre percussão à jovem nação. Em 2005 o Aurora Africana desfilou no grupo 2 do concurso e foram os campeões da categoria. Naquele ano eles vestiram os batuqueiros de vermelho e branco, cores que são mantidas até os dias de hoje.
No ano seguinte, 2006, o Aurora Africana conseguiu se reestruturar com êxito, sendo o vice-campeão do grupo 1, contando com a regência de Alessandro Barros. Finalmente, em 2009, graças a uma mudança nas regras do concurso, apesar de ter sido vice-campeão do grupo 1, o maracatu subiu para o Grupo Especial, onde se encontra até os dias de hoje, sem jamais ter sido rebaixado.
Ainda em 2009, o grupo obteve sua sede, graças a uma parceria com a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, e foram contemplados como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura – MINC e pela Fundação de Cultura do Estado de Pernambuco – FUNDARPE. Atualmente o grupo oferece oficinas de dança popular, capoeira, percussão e teatro para crianças, adolescentes e jovens da comunidade de Vila Rica, onde o grupo é sediado, e comunidades arredores. Para o próximo ano o grupo pretende ampliar seu trabalho social. O maracatu também é parceiro de outros grupos culturais, como quadrilhas juninas, e instituições, como associações de idosos, além de outros grupos que tomam parte no desfile oficial do Concurso de Agremiações Carnavalescas; nesta ocasião o grupo conta com 350 membros. O novo mestre do grupo não poderia ser alguém mais qualificado que Danilo Mendes dos Santos; batuqueiro do Aurora Africana desde 2004, e contramestre desde 2010, Danilo é o responsável pela composição de 80% das toadas do maracatu, dentre elas a prestigiada “Eu sou o Sol”, destaque nas camisas dos batuqueiros durante o carnaval de 2013. O mestre foi eleito por unanimidade entre os membros diretoria devido ao seu talento, desenvoltura e carisma com os demais integrantes.
Hoje em dia o Aurora Africana se apresenta não só no carnaval, como também em eventos organizados pela iniciativa pública ou privada, bem como confecciona instrumentos musicais referentes ao maracatu. O grupo também é parte da Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco – AMANPE, desde a fundação da instituição em 2009, participando ativamente de suas reuniões, eventos e decisões. Para finalizar é importante ressaltar que a Nação do Maracatu Aurora Africana é conhecida entre os outros maracatus e pela cena cultural local como sendo um maracatu com grande quantidade de jovens em sua liderança além de se destacar também pelo seu rápido crescimento e ascensão no contexto dos maracatus-nação, sendo assim considerada uma nação jovem e dinâmica.